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TDAH

  • Foto do escritor: Dra. Paula Zanforlin
    Dra. Paula Zanforlin
  • 18 de set.
  • 5 min de leitura
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Compreendendo o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade em Crianças e Adultos

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, desde a infância até a vida adulta.

Caracterizado por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, o TDAH pode impactar significativamente o desempenho acadêmico e profissional, os relacionamentos interpessoais e a qualidade de vida geral.

Apesar de ser amplamente reconhecido, ainda existem muitos mitos e desinformação em torno do TDAH, o que pode dificultar o diagnóstico e o tratamento adequados.

Este artigo tem como objetivo desmistificar o TDAH, explorando seus sintomas em diferentes faixas etárias, suas principais causas e as abordagens terapêuticas mais eficazes, fornecendo informações claras e confiáveis para indivíduos, famílias e profissionais de saúde.



O Que é TDAH?

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, o que significa que ele se origina no cérebro e afeta a forma como o cérebro funciona. É considerado um transtorno crônico, que geralmente se manifesta na infância e pode persistir na adolescência e na vida adulta. As características centrais do TDAH são a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade, que podem se apresentar em diferentes combinações e intensidades, levando a três tipos principais de TDAH:

  • TDAH com Predominância de Desatenção: Caracterizado principalmente por dificuldades em manter o foco, organizar tarefas, seguir instruções e ser facilmente distraído.

  • TDAH com Predominância de Hiperatividade-Impulsividade: Caracterizado por inquietação, dificuldade em permanecer sentado, falar excessivamente, interromper os outros e agir sem pensar nas consequências.

  • TDAH Combinado: Apresenta uma combinação significativa de sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade.

É importante ressaltar que o TDAH não é uma questão de falta de inteligência ou preguiça, mas sim uma diferença na forma como o cérebro processa informações e regula o comportamento.



Sintomas do TDAH: Como se Manifesta em Diferentes Idades

Os sintomas do TDAH podem variar de acordo com a idade e o ambiente, tornando o diagnóstico um desafio. No entanto, alguns padrões são comuns:

Em Crianças:

  • Desatenção: Dificuldade em prestar atenção a detalhes, cometer erros por descuido, dificuldade em manter a atenção em tarefas ou brincadeiras, parecer não ouvir quando chamado, não seguir instruções, dificuldade em organizar tarefas e atividades, evitar tarefas que exigem esforço mental contínuo, perder objetos, ser facilmente distraído por estímulos externos, esquecer atividades diárias.

  • Hiperatividade: Inquietação, mexer as mãos ou os pés, levantar-se da cadeira em situações inadequadas, correr ou escalar em excesso, dificuldade em brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente, estar "a todo vapor" ou "ligado a um motor", falar excessivamente.

  • Impulsividade: Responder antes da pergunta ser concluída, dificuldade em esperar a vez, interromper ou intrometer-se em conversas ou brincadeiras dos outros.

Em Adultos:

Os sintomas em adultos podem ser mais sutis e se manifestar de forma diferente, muitas vezes mascarados por estratégias de enfrentamento desenvolvidas ao longo da vida. A hiperatividade pode se transformar em uma sensação interna de inquietação. Os sintomas comuns incluem:

  • Desatenção: Dificuldade em manter o foco no trabalho ou em conversas, procrastinação, dificuldade em organizar tarefas e prioridades, esquecimento de compromissos, dificuldade em gerenciar o tempo, facilidade em se distrair.

  • Hiperatividade/Inquietação: Sensação de inquietação interna, dificuldade em relaxar, necessidade de estar sempre ocupado, dificuldade em permanecer sentado por longos períodos.

  • Impulsividade: Tomada de decisões precipitadas, interrupção de conversas, dificuldade em controlar emoções, gastos impulsivos, impaciência.

  • Outros Sintomas: Problemas de relacionamento, baixa autoestima, histórico de desempenho inconsistente no trabalho ou estudos, maior propensão a acidentes.



Causas do TDAH: Fatores Neurobiológicos e Genéticos

O TDAH é um transtorno com forte base neurobiológica e genética. As pesquisas indicam que não é causado por má educação, dietas ou excesso de açúcar, embora esses fatores possam influenciar o comportamento. As principais causas incluem:

  • Genética: A hereditariedade é o fator de risco mais significativo. Se um dos pais tem TDAH, a probabilidade de um filho desenvolver o transtorno é maior. Vários genes estão associados ao TDAH, muitos deles relacionados ao funcionamento dos neurotransmissores.

  • Neurobiologia: Estudos de neuroimagem mostram diferenças na estrutura e função cerebral de pessoas com TDAH, especialmente em áreas que controlam a atenção, o planejamento, a impulsividade e a regulação emocional (córtex préfrontal, gânglios da base, cerebelo). Há também um desequilíbrio nos níveis de neurotransmissores como dopamina e noradrenalina.

  • Fatores Ambientais (menos comuns, mas podem contribuir): Exposição a toxinas (como chumbo) durante a gravidez ou infância, baixo peso ao nascer, parto prematuro e uso de álcool ou tabaco durante a gravidez podem aumentar o risco, mas não são causas diretas.



Tratamento do TDAH: Uma Abordagem Multimodal para o Sucesso

O tratamento do TDAH é mais eficaz quando aborda os sintomas de forma abrangente, combinando diferentes estratégias. O objetivo é gerenciar os sintomas, melhorar o funcionamento e a qualidade de vida do indivíduo. As principais abordagens incluem:

  • Medicamentos:

    • Estimulantes: São a primeira linha de tratamento e os mais eficazes para a maioria das pessoas com TDAH. Atuam aumentando os níveis de dopamina e noradrenalina no cérebro, melhorando a atenção, o foco e reduzindo a hiperatividade e a impulsividade. Exemplos incluem metilfenidato (Ritalina, Concerta) e lisdexanfetamina (Venvanse).

    • Não Estimulantes: Podem ser usados quando os estimulantes não são eficazes ou causam efeitos colaterais intoleráveis. Atuam de forma diferente no cérebro e podem levar mais tempo para fazer efeito. Exemplo: atomoxetina.

    • A escolha e a dosagem do medicamento são individualizadas e devem ser feitas por um psiquiatra, que acompanhará a resposta e os possíveis efeitos colaterais.

  • Psicoterapia e Terapia Comportamental:

    • A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é muito útil para ensinar estratégias de organização, planejamento, gerenciamento do tempo, controle da impulsividade e regulação emocional. Ajuda o paciente a desenvolver habilidades para lidar com os desafios do TDAH no dia a dia.

    • Para crianças, a Terapia Comportamental com foco nos pais (treinamento de pais) é fundamental para ensinar estratégias de manejo de comportamento e comunicação eficaz.

    • A Psicoeducação é crucial para que o indivíduo e sua família compreendam o TDAH, seus desafios e como lidar com eles.

  • Ajustes no Estilo de Vida e Suporte:

    • Rotina e Organização: Estabelecer rotinas claras, usar agendas, lembretes e ferramentas de organização pode ajudar a compensar as dificuldades de desatenção.

    • Exercícios Físicos: A atividade física regular pode melhorar o foco, reduzir a hiperatividade e a impulsividade, e aliviar o estresse.

    • Alimentação Saudável e Sono Adequado: Contribuem para o bem-estar geral e podem otimizar a resposta ao tratamento.

    • Suporte Educacional e Profissional: Adaptações no ambiente escolar ou de trabalho, como tempo extra para tarefas, ambientes menos distrativos e suporte de tutores ou coaches, podem ser benéficas.



O TDAH é um transtorno desafiador, mas totalmente gerenciável com o diagnóstico e tratamento corretos.

Compreender que o TDAH é uma condição neurobiológica — e não uma falha de caráter — é o primeiro passo para buscar ajuda e construir um caminho de sucesso.

A Dra. Paula Zanforlin, psiquiatra em Maceió, oferece expertise e atendimento acolhedor para auxiliar crianças e adultos com TDAH a desenvolverem suas potencialidades e viverem uma vida plena e produtiva.

Se você suspeita que você ou alguém próximo possa ter TDAH, não hesite em procurar uma avaliação profissional. O tratamento adequado pode trazer uma diferença significativa na qualidade de vida.


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