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Ansiedade

  • Foto do escritor: Dra. Paula Zanforlin
    Dra. Paula Zanforlin
  • 17 de set.
  • 5 min de leitura
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Compreendendo, Lidando e Buscando Ajuda para o Transtorno do Século

A ansiedade é uma emoção humana natural, uma resposta inata do nosso corpo a situações de perigo ou estresse. Ela nos prepara para agir, seja fugindo de uma ameaça ou nos preparando para um desafio. No entanto, quando essa ansiedade se torna excessiva, persistente e desproporcional à situação real, transformando-se em um estado de preocupação constante e incontrolável, ela deixa de ser uma aliada e se torna um transtorno. Os transtornos de ansiedade são as condições de saúde mental mais comuns globalmente, afetando milhões de pessoas e impactando significativamente a qualidade de vida, o desempenho profissional, os relacionamentos e a saúde física. Este artigo busca esclarecer o que é a ansiedade patológica, seus diversos sintomas, as possíveis causas e as abordagens de tratamento mais eficazes, oferecendo um guia para quem busca compreender e superar essa condição.



O Que é Ansiedade?

A ansiedade, em seu sentido clínico, refere-se a um grupo de transtornos mentais caracterizados por sentimentos intensos e persistentes de preocupação, medo e apreensão, que são desproporcionais à ameaça real ou inexistente. Diferente da ansiedade pontual que sentimos antes de uma prova ou entrevista, a ansiedade patológica é um estado contínuo que pode ser debilitante, interferindo nas atividades diárias e no bem-estar geral. Ela pode se manifestar de diversas formas, dando origem a diferentes tipos de transtornos de ansiedade, cada um com suas particularidades, mas todos compartilhando a característica central da preocupação excessiva e do medo.



Sintomas da Ansiedade: Reconhecendo os Sinais de Alerta

Os sintomas dos transtornos de ansiedade podem ser tanto psicológicos quanto físicos, e sua intensidade e combinação variam de acordo com o tipo de transtorno e o indivíduo. É fundamental estar atento a esses sinais para buscar ajuda adequada:

Sintomas Psicológicos:

  • Preocupação excessiva e incontrolável sobre eventos cotidianos ou futuros

  • Medo intenso e irracional (fobias).

  • Sensação de apreensão ou desgraça iminente.

  • Irritabilidade e impaciência.

  • Dificuldade de concentração e memória.

  • Inquietação e sensação de estar "no limite".

  • Dificuldade em tomar decisões.

  • Pensamentos obsessivos e compulsões (no caso do TOC).

Sintomas Físicos:

  • Palpitações, taquicardia (coração acelerado).

  • Falta de ar, sensação de sufocamento ou aperto no peito.

  • Sudorese excessiva.

  • Tremores e tremores nas mãos.

  • Tensão muscular, dores de cabeça e dores nas costas.

  • Náuseas, dores de estômago, diarreia ou prisão de ventre.

  • Tontura, vertigem ou sensação de desmaio.

  • Insônia ou sono perturbado.

  • Boca seca.

  • Formigamento ou dormência nas extremidades.

Em casos de ataques de pânico, esses sintomas físicos podem ser tão intensos que são confundidos com um ataque cardíaco ou outras emergências médicas, levando a idas frequentes a prontos-socorros.



Causas da Ansiedade: Uma Interação Complexa de Fatores

Assim como a depressão, os transtornos de ansiedade não possuem uma única causa, mas resultam de uma interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Entender essas causas é crucial para um tratamento eficaz:

  • Fatores Biológicos:

    • Genética: Há uma predisposição genética para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade. Se há histórico familiar, o risco pode ser maior.

    • Neurotransmissores: Desequilíbrios em substâncias químicas cerebrais, como serotonina, noradrenalina e GABA, que regulam o humor e a resposta ao estresse, podem contribuir para a ansiedade.

    • Estrutura e Função Cerebral: Alterações na atividade de certas regiões do cérebro, como a amígdala (responsável pelo processamento do medo), podem estar envolvidas.

  • Fatores Psicológicos:

    • Traumas e Experiências Estressantes: Eventos traumáticos, como acidentes, abusos ou perdas, podem desencadear transtornos de ansiedade, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

    • Padrões de Pensamento: Pessoas com ansiedade tendem a ter padrões de pensamento negativos, catastróficos e de superestimação do perigo.

    • Personalidade: Traços de personalidade como perfeccionismo, baixa autoestima e timidez excessiva podem aumentar a vulnerabilidade.

  • Fatores Ambientais e Sociais:

    • Estresse Crônico: Pressões no trabalho, problemas financeiros, dificuldades nos relacionamentos podem ser gatilhos.

    • Uso de Substâncias: Cafeína, álcool e outras drogas podem exacerbar os sintomas de ansiedade ou até mesmo induzir ataques de pânico.

    • Condições Médicas: Algumas doenças físicas, como problemas de tireoide, doenças cardíacas ou respiratórias, podem apresentar sintomas semelhantes aos da ansiedade ou agravá-la.



Tratamento da Ansiedade: Um Caminho para o Equilíbrio

O tratamento dos transtornos de ansiedade é altamente eficaz e visa reduzir os sintomas, melhorar a qualidade de vida e ensinar estratégias de enfrentamento. A abordagem ideal geralmente combina diferentes modalidades:

  • Psicoterapia:

    • A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a abordagem mais recomendada e com maior evidência científica para o tratamento da ansiedade. Ela ajuda o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos que perpetuam a ansiedade. Através de técnicas específicas, como a exposição gradual, o paciente aprende a enfrentar seus medos e a desenvolver respostas mais adaptativas.

    • Outras abordagens terapêuticas, como a terapia de aceitação e compromisso (ACT) e a terapia psicodinâmica, também podem ser úteis, dependendo do caso.

  • Medicamentos:

    • Prescritos por um psiquiatra, os medicamentos podem ser uma parte importante do tratamento, especialmente em casos de ansiedade moderada a grave. As classes mais comuns incluem:

      • Antidepressivos: Principalmente os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS), que ajudam a regular os neurotransmissores e são eficazes a longo prazo.

      • Ansiolíticos: Como os benzodiazepínicos, que proporcionam alívio rápido dos sintomas, mas devem ser usados com cautela e por tempo limitado devido ao risco de dependência.

      • Outros medicamentos podem ser utilizados dependendo do tipo específico de transtorno de ansiedade e das comorbidades

  • Mudanças no Estilo de Vida:

    • Exercícios Físicos: A atividade física regular é um excelente ansiolítico natural, ajudando a liberar o estresse e a melhorar o humor.

    • Técnicas de Relaxamento: Meditação, mindfulness, yoga e exercícios de respiração profunda podem ajudar a acalmar o sistema nervoso e reduzir a ansiedade.

    • Alimentação Saudável: Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes e pobre em alimentos processados e estimulantes, pode influenciar positivamente a saúde mental.

    • Sono Adequado: Priorizar uma boa higiene do sono é fundamental, pois a privação de sono pode agravar a ansiedade.

    • Evitar Estimulantes: Reduzir ou eliminar o consumo de cafeína, álcool e nicotina, que podem desencadear ou piorar os sintomas de ansiedade.

    • Apoio Social: Manter conexões sociais saudáveis e buscar apoio de amigos, familiares ou grupos de apoio pode ser muito benéfico.


A ansiedade, em suas manifestações patológicas, é um desafio significativo, mas não é uma sentença. Com o diagnóstico correto e um plano de tratamento adequado, é possível gerenciar os sintomas, recuperar o controle e viver uma vida plena e equilibrada.

A Dra. Paula Zanforlin, psiquiatra em Maceió, oferece um atendimento especializado e humanizado para ajudar indivíduos a compreenderem e superarem os transtornos de ansiedade.

Se você se identifica com os sintomas descritos, não hesite em buscar ajuda profissional. Cuidar da sua saúde mental é um investimento valioso no seu bem-estar.

Lembre-se: a ansiedade tem tratamento e você merece viver sem o peso constante da preocupação.


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